O SUSSURRO DA BRISA
Eu vou novamente sozinho,
Sem mais, sem menos sonhar,
Não sonho com este caminho,
Pois sonho de novo amar.
Não sei se neste enlevo
O amor que me ateia chamas
E depois um verso que escrevo
De idéias um tanto insanas.
E eu, num invólucro orvalho
Da madrugada lôbrega e fria,
Num olhar sem um agasalho,
Voava, ao longe, uma ave sombria.
A ave que distendera suas asas
Sobrevoara deliberada na´amplidão;
Sua sombra corria ligeira pelas casas
Como que numa correta missão.
Assim fico a imaginar ao fundo,
Além de etérea visão que me aflige
Sem muito entender deste mundo
Quando, a mim, ele se dirige.
E se volto a sonhar que errante
Minh´alma vai de canto em pranto,
Como a brisa vem sussurrante
Ao pé do ouvido um encanto.
(YEHORAM)