A PASTORA DAS MONTANHAS

Olhei os teus olhos de um arbusto,

Teu ar airoso, de muita pujança,

Me fez saltar de amor augusto

Feliz e cheio de esperança.

Tu, cabisbaixo, cuidava feliz

De tuas cabras, ó pastora,

De longe alfombras de giz,

De perto a ave canora.

Trançaram no ar os olhares

Por entre as folhas no vento,

Traduzindo o vão sofrimento,

Por tudo e tantos pesares.

Me fitanto, o olhar ela não tira,

Debaixo de sol, doiro siroco,

A seta que me atinge num soco

Ao ouvir, eu, o som de tua lira.

Ao longe grasna o negro corvo

Trazendo o vazio no bico;

Ecoa-se no monte onde eu fico

A proteçao das ovelhas que sorvo.

Apesar de cenas augurais,

Nos montes os anjos adejam

E nas nuvens os raios lampejam

As vozes celestiais.

E vou me arrastando no vento

Pelos montes de Gilaad

Esperando ver-te mais tarde

No por do sol, meu alento.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/05/2011
Código do texto: T2991823
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