APOCALIPSE, a revolução
Os olhos verdes-mel pareciam angelicais.
Teu rosto, de ser sublime.
Teus gestos alegres.
Tuas palavras encantadas.
Acostumamo-nos.
Reparei mais atentamente.
Dei por mim
(antes me dava só por ti).
Os olhos, na verdade, amarelados eram de predadora.
O rosto, sem nenhuma maquiagem, era caveira da Morte sem capuz.
Teus jeitos e trejeitos eram de um traiçoeiro bobo-da-corte
pronto para matar o rei.
Teu andar, de uma anã instruída a envenenar a princesa.
Teu quadril, de um lado rebaixado, denunciando o andar descadeirado
de uma cadela raivosa.
Tuas palavras, magias das trevas, a iludir o ouvido.
Foi dada a revelação:
És o espírito mais ordinário que antecipa o APOCALIPSE.
Quem tem ouvidos atentos para ouvir,
Faça a REVOLUÇÃO
Ou padeça eternamente no fogo de teu INFERNO.
L.L. Bcena, 28/03/2011
POEMA 325 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.