PESO DE PLUMA

a velhice, gorda, cancerígena, calva,

a minha frente enlaça-me.

Excitava-se de desejo.

eu tirava, de mim, os seus braços em abraços

ela sussurrava-me aos meus ouvidos com voz cavernosa:

-sim! sim! sim!

foi quando eu divisei a juventude.

Ela ainda sorria para mim.

a velhice, vencida, resmungou irritada:

-você não é pluma não!

L.L. Bcena, 30/08/2004

POEMA 356 – CADERNO: CESTA DE VIME.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 10/08/2011
Código do texto: T3151927
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