Margens e sonhos

Soterrado no gosto injusto

Do superficialismo sarcófago

De uma sociedade carente

Torta nos lados, frente e verso

Espalha o preconceito

No acaso do que é certo.

Os passos ficam frágeis

Chorando só.

As setas perdem de vista o alvo.

O rosto cansado de tanto

Tocar a mesma nota e ninguém

Sequer nota.

Constrói no espelho das utopias

O azul dos sonhos, nascendo

No meio do horizonte

Nos rios sem margens

Do sono.

Jane

SP. 11/12/2006