O som da solidão

Um grito escapa do palato – o céu finito
e se esvai no universo – céu infinito...
atordoando as estrelas de cinema,
e até vibrando nas estrelas do firmamento... 

Faz eco no labirinto dos pensamentos
das pessoas que agonizam em tormento
e das que vivem deslumbradas de contentamento... 

Ressoa, ora ritmado em acordes maviosos,
ora descompassado, alto e baixo,
quais caminhos ondulosos... 

É sonoridade perpetuando-se na atmosfera
de qualquer astro gravitando na ionosfera
e nas camadas da Terra desde outras eras... 

É um grito de força descomunal
que supera as forças do sideral,
mas se comede, se atenua ante as almas
atribuladas, devolvendo-lhes a calma... 

Esse grito é assim, não se consegue definir.
São ondas intensas do som da aflição,
dos que fogem, bramindo em altas vozes
se negando a um temível triste porvir:
de não mais gritarem ante uma nova solidão...
 

 

Imagem; Google – integrityloveunity.wordpress.com



AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 21/09/2011
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T3232947
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