Overdose
Estou bebendo pouco a pouco
Minhas dores, misturando á elas
Histórias com começo
Sem meio nem fim.
Estes escaparam
Para o infinito
Que fazem de mim
Um farrapo triste.
Bordado de cores ausentes.
Na espera insana de ouvir seus olhares
No êxtase das dores
Esqueço seu pedido e de joelhos imploro:
Revogue nosso mais idiota dos atos
O adeus.
Não maltrate nossas flores
Lançadas no esquecimento
Do tempo passado ainda por vim.
Pois o alívio das horas
Na primavera esquecido
Percorre nas noites desertas
As canções que ouvíamos
E com ternura terce
Nossa eterna ventura.
Jane
São Paulo 20/12/2006