EU TENHO UM CAVALO BRANCO

A caminho dos Hiperbóreos

O mundo girou diante de meus olhos

Assim eu vi o anjo que desceu do céu

E como um grande carrossel

O mundo todo estremeceu

Retrocedo e chego ao promontório

Há rumores de um jardim belo e notório

Paraíso secreto que um deus protegeu

Destruído quando o anjo se revoltou

Pois o grito ecoado no mar Egeu

Revelou que o deus Pã morreu.

Avanço em novo território

Como se o tempo não importasse

Chego às velhas terras do Império

E vejo uma guerra, um impasse

O anjo contra as forças de Tibério

O exército avançava impávido arrogante

Feroz o quanto podia

Mas o anjo com sua espada flamejante

Fez com um volver de braços

tombarem todos em agonia

Meus olhos negros premonitórios

Viram o tempo, e o lugar lendário

Em minha jornada aos hiperbóreos

Meu coração abandonado no calvário

Os mares fervendo como fluidos corpóreos

A terra sangrando para gerar vida nova

Pessoas morrendo, rumo a paraísos etéreos

Aparecimento de monstros marinhos mortos

Lágrimas de sangue nos olhos do santo

o rubro siroco invade o convento

no pântano, vi morcegos em bando

Cegos passando por mim correndo

Estátuas de sal se decompondo ao campo

à espera do morno bafo do vento

A caminho dos hiperbóreos

O mundo girou diante de meus olhos

no céu, ameaçador surge um meteoro

da selva saem elefantes em pranto

E mais eu não vi, porque fugi

Fugi em meu cavalo branco.

Alhosal
Enviado por Alhosal em 29/12/2006
Reeditado em 11/04/2010
Código do texto: T331358
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