EU TENHO UM CAVALO BRANCO
A caminho dos Hiperbóreos
O mundo girou diante de meus olhos
Assim eu vi o anjo que desceu do céu
E como um grande carrossel
O mundo todo estremeceu
Retrocedo e chego ao promontório
Há rumores de um jardim belo e notório
Paraíso secreto que um deus protegeu
Destruído quando o anjo se revoltou
Pois o grito ecoado no mar Egeu
Revelou que o deus Pã morreu.
Avanço em novo território
Como se o tempo não importasse
Chego às velhas terras do Império
E vejo uma guerra, um impasse
O anjo contra as forças de Tibério
O exército avançava impávido arrogante
Feroz o quanto podia
Mas o anjo com sua espada flamejante
Fez com um volver de braços
tombarem todos em agonia
Meus olhos negros premonitórios
Viram o tempo, e o lugar lendário
Em minha jornada aos hiperbóreos
Meu coração abandonado no calvário
Os mares fervendo como fluidos corpóreos
A terra sangrando para gerar vida nova
Pessoas morrendo, rumo a paraísos etéreos
Aparecimento de monstros marinhos mortos
Lágrimas de sangue nos olhos do santo
o rubro siroco invade o convento
no pântano, vi morcegos em bando
Cegos passando por mim correndo
Estátuas de sal se decompondo ao campo
à espera do morno bafo do vento
A caminho dos hiperbóreos
O mundo girou diante de meus olhos
no céu, ameaçador surge um meteoro
da selva saem elefantes em pranto
E mais eu não vi, porque fugi
Fugi em meu cavalo branco.