O HOMEM, O ABISMO E O DESTINO

Um caminho deserto

É algo incerto

Se no fim do caminho

Existe um abismo.

Um silêncio de morte

Grita em meus ouvidos

Murmúrio de vozes

Acusam o que sinto

Por que estou aqui?

O sol está morrendo

Não lembro o que fiz

Não tenho muito tempo

Últimos passos, últimos tropeços

Tenho medo das curvas escuras

Mas não tenho mais desculpas

Quem me dera um recomeço!

Fim do caminho,

Último ato.

Na beira do abismo

Sinto-me desafiado.

Penso em Deus, penso no diabo

Qual dos dois têm me guiado?

É hora do grande espetáculo.

Terei coragem no próximo passo?

Ouço as vozes excitadas, enlouquecidas

Gritando paranóicas, possuídas

De repente, o mundo se transforma, dá mil voltas

Surgem minhas memórias, tão tardias!

O medo se foi, e o tempo também

O que virá depois? Até aqui tudo bem

Estou voando sem asas. O show já vai acabar

Só prometa querida, que não vai chorar...