Balada ao Amigo Desconhecido

Contando as estrelas, esqueço das letras

Conheço mil números muito soberbos

Mas não quis fortuna girando as roletas

Que a sorte escolhesse os números certos

Eu sei: há quem não se encante

E su'alma continua calada

Mesmo assim cante,

Cante comigo a balada

Cem vão à guerra, um só retorna

Perde a rainha, vence a princesa

Mui traiçoeira se mostra a derrota

Mas a boa vitória não corta cabeça

Eu sei: há quem não se encante

E su'alma continua calada

Mesmo assim cante,

Cante comigo a balada

Do alto da torre da velha almenara

Aos mares, aos ares, algures

Estranha missão o destino ordenara

Na clara alvorada, amores, augúrios

Eu sei: há quem não se encante

E su'alma continua calada

Mesmo assim cante,

Cante comigo a balada

Cantando a tristeza, ouvindo em segredo

A chuva caindo, um caminho deserto

Deus acompanha o viajante em degredo

Mantenho os besouros da sorte por perto

Eu sei: há quem não se encante

E su'alma continua calada

Mesmo assim cante,

Cante comigo a balada

A quietude tem sido tua busca

Na forma do lobo te escondes

Mas esqueceste de como é a mús'ca

Nem ao som de teu nome respondes

Eu sei: há quem não se encante

E su'alma continua calada

Mas meu bom amigo, cante,

Cante comigo a balada

Alhosal
Enviado por Alhosal em 08/01/2007
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T340489
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.