QUERMECE DOS IDIOTAS-Deu Deus na cabeça

No brilho dos teus olhos,

ao trismo fantástico em tua mandíbula,

sonoros manifestos grunhidos,

evocam

a certeza de uma carnificina.

Nesta canibalesca utopia

evocação,

o dueto,

elo, duelo,

do homem com seus pecados,

na sina

do auto flagelo.

Se oriente,

oriente.

Os Iatolás,

às tolas

tocaias.

Da burka,

ao insano fardo,

do clitóris decepado.

A ortodoxia, impregnada,

com Kipás, tranças, barbas,

balanceios, orações,

no surdo, cego, muro,

das lamentações.

Tantos Deuses,

tanta gente,

orações, submissões,

falta de higiene,

tantricas aglomerações.

No sincretismo ofegante,

do rato ao elefante,

sebentos iogues,

sem passaportes,

aviltam fronteiras,

em transcendentais transportes,

perfurando por transes induzidos,

todo o corpo,

dando ainda acrobáticos nós,

nos pênis e escrotos.

Nos idílicos suicídios,

fanatismos, glórias, mortes.

A sorte?

O paraíso consorte.

O fórceps?

Na honra . . .

O Haraquiri.

Na bronca.

O homem bomba.

Na onda . . .

O tatuar das costas,

por correntes nos açoites,

dia e noite,

nas feridas abertas nas cabeças,

certeza da total limpeza,

do sangue lavando o corpo.

Sadomazoquismo, gosto.

Neste teatro,

o único ato.

Alienação,

pavor,

indução,

castração.

Louvores,

aos mórbidos interesses,

de decanos conservadores.

No ocidente,

acidentes:

Na gula, álcool, cigarro.

Do pico na veia,

ao pó aspirado.

Nas riquezas venais

de ladrões acobertados.

Nas descendências descabidas

das famílias destruídas.

Nas fálicas batinas, seus senhores,

aos segredos tétricos dos pastores.

Na educação edificada

ao culto da personalidade,

com a história nas estórias mal contadas.

Na centralização do capital,

às pobrezas espalhadas.

Na industrialização indecente,

por um planeta doente.

Na juventude programada,

a uma velhice alijada.

No pavor da solidão,

nos desocupados,

nas contravenções,

omissões,

traições.

Nos tônicos,

antidistônicos.

Stress, insônias,

doenças crônicas.

No medo do fiasco,

no fracasso,

do além.

E . . .

na fobia litúrgica,

da autopiedade,

na chegada da idade,

na remissão dos pecados,

na vida eterna,

Amém.