SOCIEDADE DOS POETAS TORTOS
No mofo das idéias inacabadas,
brota insana estúpida alegria,
pela ausência do elemento surpresa,
que a vida pode oferecer.
Nefasta herança legada,
Por esta sociedade malfadada,
Sem as mínimas condições para enfrentar os próprios atos.
Os heróis sem louros proliferam,
suas ações grifam façanhas,
facínoras nesgas de glória,
que os tolos insistem em acreditar.
Sociedade vadia,
deixando prejudicar,
as próprias crias.
Refaça-te, interna-te,
descubra tua patologia.
Nos rastros dos famintos,
estão as legiões dos sem rostos,
que tu não queres olhar,
esta é a tua faceta,
insensível puta faceira.
Mas a sociedade somos nós.
Nós somos os exemplos tocaieiros,
provocando alvoroço,
encarniçadas lutas
nas famílias, nos trabalhos, nas ruas.
Nós somos os que se prostituem,
Obtendo o vil metal,
não importando com quem ou lugar.
Basta pagar.
Vida formal.
Nós somos os que desencadeiam,
dramas passionais,
lutamos feitos animais,
pelas fêmeas cindidas.
Nós somos os tiranos insanos,
transformando reinados em ruínas.
Nós somos os pedófilos,
educando crianças.
Nós somos os religiosos,
ofertando a bonança.
Nós somos quem ironiza, maltrata.
Nós somos quem castiga, destrata.
Nós somos,
A doença,
O rancor,
O medo,
A fome,
O pavor.
Nós somos,
A polícia,
O bandido,
O inimigo,
O defensor.
Nós somos,
A ganância,
A intolerância,
A política,
A circunstância.
Nós somos. . .
NÓS,
DESATEM.