Protozoário

O protozoário no prato,

faz mais estragos

que minha boca possa falar

e se em minha boca,

nesse estúpido gesto

ultrapassar, serão não um,

mas dois corpos com fome

a se consumir ligeiramente

em mazelas,

O protozoário

anda por dentro em mim,

como ondas de abalo

em furor titânico,

ante meu esforço infame.

Convulsão assistida

pelo meu destemido hóspede

em que a retina não fantasia:

Vejo-o grande, expandido fungiforme

Instável,

entre o garfo abandonado

deseja o abrigo. o pululante

Sorri malévolo e some,

se o engulo, não sei

quantos restam de mim,

quanto a ele, deixa de ser um

para ser muitos,

em outros muitos

em descuido.

Márcio Diniz
Enviado por Márcio Diniz em 03/02/2012
Código do texto: T3477382
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