IGNOMÍNIA
Juliana Valis



Uma tempestade de estrelas

Letárgicas desabou sobre mim

E eu não pude ver o rastro do fim

Eu só pude perder o furacão da hora

Imiscuído na sombra de outrora

Tal como êxtase que nunca tive...



Sou perdedora que nas nuvens vive

Suplicando à lua que me faça rir

E pedindo ao vento em cada vão declive

Um átimo do tempo que se esvaiu daqui




Como sol que fugiu por não ser amado

Sob o belo e sonoro canto de um colibri

Que bateu as asas rumo ao infinito

E, creia, eu nunca mais o vi,

Eu nunca mais senti a brisa tênue

De um mar aflito...


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