OLHOS TRANSCENDENTAIS
Juliana Valis


Olhe para os olhos deste mundo triste 
O que eles trazem em si ? 
Dois rios, dois lagos ? 
Dois oceanos de dúvida ? 


Olhe para os olhos deste mundo insano 
O que eles guardam aqui ? 
Talvez tristezas, talvez saudade 
De épocas que ele nem viveu 


Olhe para os olhos deste mundo esquálido 
Talvez a chuva seja o seu choro 
E o sol exista para evaporar as suas lágrimas 
Quem sabe o arco-íris venha esporadicamente 
Apenas para colorir sua vida escura e opaca 


Olhos redondos de um mundo vivo-morto 
Que vive em função da morte 
E morre querendo vida 


Olhos de um mundo esférico, rígido, sonolento 
Que se disfarça de si, disfarce opulento 
Exclusivo de mundos originários de ventos 
Que vão desde os mistérios profundos 
Até o mais infinito, e não voltam mais.