O Suicida

Correndo através de túnel lamacento

Dentes cerrados da fúria em seu encalço

Os destroços da batalha ficaram para trás

O medo silencioso é agora seu maior carrasco

Monstros saídos de sonhos turvos e espinhosos

Saltando diante de seus olhos,

Distorcendo sua realidade, confundindo seus sentidos

Agora é tarde demais, sem mais refúgio no arrependimento

A larva do desprezo já floresce em ódio

No ventre da humanidade

Incúria com o acaso, distração

Aprisionamento na própria consciência

Um buraco que se abre em sua alma

Veja as chamas do desespero consumirem seu espírito

A tormenta coagulando sangue em seu coração

Sentimentos deixados pelo caminho

Numa infindável tortura da carne

Veja, pobre homem, em quão longínquo horizonte

Consuma-se o fardo de Judas

Isaque
Enviado por Isaque em 20/01/2007
Reeditado em 19/02/2007
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