“A ESPERA DA MARÉ”

Valdemiro Mendonça

Esperando uma maré cheia

Preparei-me e devo zarpar,

Pois o canto triste da sereia

Ouço ao longe me chamar.

Ouvi um lamento no canto

E as notas tristes me calam,

Não é mais de doce acalanto,

Os versos que me embalam.

Puxo a corda da vela mestra,

O Bergantim range a madeira!

O som é de lúgubre orquestra

De uma saudade verdadeira.

Saudades do vulto e beleza,

Que alegram meu Bergantim.

Creio que percebe a tristeza

Que ancorou dentro de mim.

Por isto sob um manto azul

Deixamos os mares do norte,

Navegamos em ventos do sul

Em busca da minha consorte.

Trovador

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 21/04/2012
Código do texto: T3625135
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