A canoa sem remo

“No repouso das canoas existe uma poesia....”

Um amigo e conterrâneo lá de Belém escreveu essa frase e me emocionei.

Sempre fico na beira de um rio ou do mar pensando em quem aparecerá no horizonte, sim, porque sempre aparecerá alguém. Estamos indo e voltando....

Numa canoa sem remo está impresso o inevitável destino: ficar a mercê da maré.

Sem remos não podemos ser donos da própria vontade. Inescapável tempo.

Vento solitário e intimista

Quando me toma inteira

Sinto a brisa fazer parte do meu tudo

Em pouco tempo somos apenas um

Eu e o vento...

Invasão anunciada, escrita, combinada

Em uma pedra diante do meu imenso azul

Sou pura emoção e completa sou

O que virá terá que se integrar

Se entregar ao momento meu

Único quadro pintado sem tintas

Sem tela me confundo com o ar

Sem moldura minha alma canta

Abro a boca para sentir o sal

Agora o vento já é o senhor de tudo

Meus cabelos me acariciam o rosto

Minha pele brilha retendo o calor

Assim, nua, espero a onda que me levará aí.

Comentário de meu querido amigo Henrique Marques (O Visitante), diretamente de Portugal. Obrigada amigo querido, seu carinho chegou até aqui em forma de poesia e me aqueceu o meu coração.

"25/04/2012 15:04 - Visitante [não autenticado*]

No vento te mando meu desejo

Brisa sobre brisa

Beijo sobre beijo

Lentamente envolvo teu peito

Em ar quente

De amor feito

Para o texto: A canoa sem remo (T3630974)"

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 24/04/2012
Reeditado em 25/04/2012
Código do texto: T3630974