PERPÉTUO
Pequeno círculo de relações
O da humanidade...
Sempre ofendendo o carisma da naturalidade
Fechando-se agressivamente sobre si mesma
Esgotando toda e qualquer real possibilidade
Do reencontro sadio com seus perdidos dons.
Esquecidos tons
De que uma viagem
Ao próprio interior
Tem maior significado
Que a contemplação de falsas paisagens
Cartonagem exótica das vidas superficiais
Errôneo patrimônio na concepção do mundo.
Por imperativo
Somos de Deus, seus filhos
Reducionismo infeliz e limítrofe
Catástrofes de antigas vanguardas
Visão mesquinha de crenças inadequadas
Ao ignorarmos a intuição de distinguir
Um grão de areia de uma pedra no caminho.
Generalização excessiva
Torna-se algo terrível
Feixes nervosos, prismas negativos
Quando determinam nefasto clima cultural
Ambientais estações totalmente desreguladas
Vitimadas por anomalias, mais valia das ansiedades.
Crueldade
Ou espírito de aventura?
Se errado nos ensinam a nadar
Pesadas braçadas que não levam a nada
Arrastando-nos por turbulentas correntezas
Destreza de qualquer cultura dominante
Conceituais farsantes das opiniões alheias.
Ofertando absintos risos
Frutos frágeis persuadidos
Pelas facilidades nas obscenidades
Ridicularizando comportamentos particulares
Estuprando o sentido dos afetos positivos.
Quanto à fala
Sonora farsa
Desconexa via Láctea
Nebulosa de precoces desmamados
Áridos, servindo exemplos e modelos
Big bang, meteoros, sóis, buracos negros
Bagunceiros desvirtuando a simplicidade de viver.
Simplicidade não é facilidade
Mas coerente adesão emocional
Semente vital de caráter operativo
Expurgando os vícios dos falsos teoremas
Operando consciências, oferendas a um básico princípio
De que não somos verdadeiramente os nossos piores problemas.