Esfericidade em subníveis

Tudo gira em alta velocidade

Sou o núcleo – Tonto

Tudo para, fica estático

Continuo a girar – Tonto

Uma dose , mais uma

Que gira na garrafa

Depois no copo

Entra pela boca

Fazendo girar a cabeça

Que gira mais rápido

Que os olhares

Procurando um copo vazio

E uma cabeça girando

Em todos os sentidos

Gira tudo – Tonto

A luz acelerada

O giro do corpo

Para o copo cheio

Mais uma dose

Só mais uma.

A força da busca

Solta, no giro do grito

Solto, no movimento giratório

O tempo gira

E passa.

O tempo gira – Tonto

Como a porta do banco

(só pode ser girada por quem está desarmado)

Gira parado e tonto

O globo

Sobre a mesa da professora de geografia

Ela gira – Tonta

No espaço vazio da certeza

Gira causando incerteza

E o giro complicado do jogo

Girando

Vai e volta – Tonto

O sol no giro contrário

Duas noites seguidas

De um dia – Tonto

As antenas de TV giram sobre os telhados

As melhores imagens

Do olhar para a TV

Gira no quarto

De luz acesa –Tonto

Como quem gira

Sem chegar ao fim do copo

Não há tempo para ficar parado

Só gira solto

Sobre a mesa da professora

Que gira o globo

Como se fosse o copo

A melhor imagem da TV

Então gira um mundo de incerteza

Entre a lâmpada e o interruptor

Que apaga o núcleo – Tonto

Eu.

Sidi Leite.

Sidi Leite
Enviado por Sidi Leite em 12/02/2007
Reeditado em 12/02/2007
Código do texto: T378216
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