Bandeira da Solidão
Foi lambendo a minha memória
que doei fogo ao dragão
e nesse curta noite trajetória
Confeccionei as bandeiras da solidão
pintei o bordel da minha história
com o sangue azul da sua salvação
isso foi a linha cordel divisória
entre essa e a outra parte seca do sertão
nessa noite a lua
pisoteou os meus pecados
com fogo e raiva escreveu na rua
e deixou todos os corações amarrados
na pouca luz que ainda vivia
nem o mestre do almoxarifado
o homem da cidade que mais longe via
não quis olhar o céu todo perfurado
mesmo sem falar sua boca dizia
acordem já está tudo misturado
e assim a parte azul da memória
será a única a contar a sua história