O quadrado

Meu quadrado não tem paredes

Paralelas

Regras

Entre sem bater

Venha e vá quando quiser

Traço um quadrado imaginário

Virtual, aéreo

Vou e volto quando quero

Sou a liberdade de sentir

Não sou uma pessoa

Sou sentimento, sou cor

Deixo a porta sempre aberta

O prato do dia é o que plantei ontem

Sem regar nada cresce

Deito na esperança de acordar melhor

Cubro suas dúvidas de sorriso

Pinto o rosto pra te ver sorrir

Entendi o silêncio

Me basta entender

Porque entender é realmente sentir

Ferida? Dor? Inevitável companheiro

Lembranças embalam noites de insônia

Mas o sono sempre vem

Rastros e migalhas se confundem

Minha algema se partiu faz tempo

Escolho minhas próprias dores

Penduro minhas horas no varal

Se a chuva vem mergulho em minutos intermináveis de alegria

Se o sol se faz estrela estendo-me pra que ele me preencha

Agarro letra a letra a agonia de viver

Deito músicas no ar

Afago o fogo que me faz arder

É imensamente fácil chegar aqui

Já te entreguei o mapa, a data, a senha...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 08/11/2012
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