A Pioneira

São quatro horas senão cinco

O tempo passou rápido demais mais uma vez

Como sempre sentado, honrado, esperando

Respirando, vivendo, suportando.

Meu peito é esmigalhado pelas memórias

Sendo elas boas ou ruins, tanto faz

Voltam para me lembrar

O que há anos eu tento deixar para trás

Quem me dera eu ainda tivesse comigo

A luz no fim do túnel, meu amigo

Algo ou alguém que pudesse me conduzir

Por este longo caminho que ainda há de vir

Perco algumas horas fumando um cigarro;

Alguns dias lendo um livro;

Algumas semanas chorando por perder;

Alguns meses agradecendo por não saber;

Alguns anos tentando me esquecer;

Dos pecados que cometi para me atar a você.

Se existe perdão ou salvação,

Ajoelho-me para conhecer

Qualquer que seja o anjo que desceria

Por mais um dia, para me carregar

Subir e descer as velhas colinas

Relembrar junto comigo as velhas casas abandonadas

Os animais que agora jazem há décadas

As pessoas que passaram e marcaram,

Ou as que passaram e lentamente se findaram

Tudo isso diante dos meus olhos,

Estasiados fisicamente no mesmo lugar

Procurando qualquer razão para existir

Profundamente em seu olhar.

Seja minha salvação e não mais minha prisioneira

Dê-me a mão, volte a ser a pioneira

Não deixe que eu te deixe novamente

Sacia o enlouquecer desta minha velha mente.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 17/12/2012
Código do texto: T4039599
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