A disassociação fantástica

eu preciso de um cometa pra mim,

pedaço estelar, poeira, planeta,

fútil talismã, configura o fim,

uma prenda de uma dama estulta.

quero engolir o plasma e seu calor,

eclodir míriades de invisíveis,

objetos de aspecto inodor,

de pedaços, grãos, indivisíveis.

o quarto branco, janelas rubras,

que roubei de uma canção inglesa,

está nas minhas células, lucubra.

soltei a respiração, inspirei ar,

está tudo normal, tudo quieto,

levantei, virei o rosto, olhei pro mar.