Sem face

Teu rosto sem olhos

Uma face sem gestos

A expressão do fundo do poço

A réstia na escuridão.

Teu rosto sem boca

Emite uma maldição

Vestida num manto, sem canção

Do eco de uma palavra oca.

Teu rosto sem narinas

Inspira o ar de uma noite fria

Como o último alento

Suspiro de uma oração.

Teu rosto sem corpo

Recorte da agonia

Ausência de um coração

Reflete n'Alma a presença da morte.

Teu rosto encoberto

Por um capuz das sombras

Goteja frases vazias

Suor escorrido nas vestes da poesia.

Teu rosto sem face

Disfarce que incendeia

Queima e espalha cinzas

Simboliza o fim...

O início de outra vida!

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 08/02/2013
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T4129188
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