Madrugada

O meu átrio direito é permeado pela poesia romântica e a parnasiana,

Só demônios podem nos confundir assim,

Estendendo-nos fio a fio a tudo que nos encerra e nos começa.

Quem dera o coração tivesse asas ou pelo menos dois átrios esquerdos a mais,

Quem sabe não viveríamos flutuando,

Acima dessa urbanidade que nos consome e nos intriga?

A brisa matinal me inspira, não tanto quanto as madrugas, nem tanto quanto os demônios...

No ventre existe a gula de parir poemas, aberrações literárias que nascem aprazíveis,

Anunciando o que pulsa entre as pernas...

Até que o dia vire noite novamente.

Janaina Cruz

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 11/02/2013
Código do texto: T4134498
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