A máscara da noite

Sou a máscara da noite, movida entre o vazio e o nada.

Há perigo em mim, muito perigo!

Há perigo em cada eixo dessa cidade

A anti-retória coloquial da poesia de confunde e me destrói

Mas sempre me refaço pela manhã

Sempre...

Ai de mim se não fosse o sangue do cordeiro

E a mixórdia de teu cálido beijo

Sobejado e vagabundo

Anjos solfejam nênias

Dentro dos ouvidos da noite

Meu querer é impreciso e marginal.

Há carência das estrelas, viúvas de Baudelaire

São lupanares, escravas das vontades dos poetas,

Vivem a cutucar os tetos de todas as casas das ruas dessa cidade

Mortíferas válvulas parindo a luz do dia kafkiano e paranoico...

Eu sou a máscara da noite, apertando o botão do fim.

Janaina Cruz

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 11/02/2013
Código do texto: T4134555
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