A dor do sangue voga ligeira

Cachoeiras desabitadas escorrem-se em velozes horas vazias.

Aves poisadas no desamparo das águas corredias, acasalam

na pedra e na greda, com o silêncio algente,

no bojo do rio transbordante.

Plasmam-se hediondas, sombras lodosas. Forram as bordas,

provindas dos outeiros e das copas sinistras dos pinheiros.

Agulhada, a dor do sangue voga ligeira, no ventre aberto dos animais.

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 15/03/2007
Reeditado em 04/04/2007
Código do texto: T413592
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