O VELHINHO
Um dia, errante pelo caminho,
Cheguei a uma terra distante.
Ao longe avistei um velhinho
Que me esperava como já me visse antes.
O velhinho fitou-me e sorriu.
Acolhendo-me com alegria que contagiava;
De tão contente sua íris tornou-se anil
Parecendo receber o filho que mais amava.
Eu nunca havia estado ali antes,
Muito menos conhecia aquele velhinho;
Mas sem entender, em poucos instantes,
Meu coração agradou-se com tanto carinho.
Passei, na velocidade de um vento,
A sentir-me íntimo daquele velhinho;
Contávamos casos, riamos e eu ouvia-o atento,
Fazendo isso o dia inteirinho.
Chegando a noite, após termos jantado,
me desejou bons sonhos mostrando-me o leito;
Jamais eu tinha sido tão bem tratado
E no descanso da noite tive um sono perfeito.
Mas logo amanheceu o dia
E levantando-me, achei-me sozinho;
Procurei para ver onde ele estaria,
Porém nunca mais vi o bondoso velhinho.
Meu coração, então, entristeceu-se...
E já não conseguia sentir mais alegria;
Mas num sonho ele me apareceu,
E disse-me que jamais desamparado eu estaria.