HOJE

hoje

sinto me anoitece a beleza das rochas pensativas

obliquamente ritual os fracassos heróicos ânforas maternas

como os rios divago os sutiãs melancólicos

das intimidades ruidosas

hoje

bato à porta da comovida aparição que devora

as ogivas do meu nome

isto porque meu hoje adormece a máquina

que faz dinheiro verdadeiro

e as almas apodrecem como um deus qualquer

que sucateia as sonolências genitais do nunca futebol carioca

eis-me divinamente perversão rindo e sorrindo para busch

eis-me furiando os senhores arábia binladenista

seus deuses e droga

acuado judaísmo sangrante pureza vingança dos séculos

eles que bebem odores feministas tingidos de alá

conscientes ovários tristando fazeres prazeres a morte

hoje

que amacio a neolítica podridão beleza dos séculos

paganismo sem mitos ciência velhinha seu trono de lama

doì-me borrifar os melhores perfumes nas ervas daninhas

elas angélicas huris pasmada titizinha a bunda latrina

dói-me não ter um zeus guardado

atrás da porta do quarto de dormir

para me consolar nas horas vaidade noitamente amorosas

realezas a falso nutrindo os heróis que vencem derrotas

sabor que esvoaça grandezas memória lirismo brancuras

oásis rubicundo meu nome bebendo tangendo afagos

que falam e falsam

António Soares
Enviado por António Soares em 11/08/2005
Reeditado em 11/08/2005
Código do texto: T41998