O Delicado Abismo do Poder

O inimigo avança

Ouvem-se os cascos de suas bestas

Sente-se o ar gelar

Não há como escapar, fugir ou se esconder.

Sai-se então dos esconderijos

[da névoa da manhã

Em punhos poderosos prendem-se as lâminas.

O medo te possui

O medo te condena

Encontrado você será em breve

Aniquilado você será em breve

Onde está teu Deus agora?

Creio que teu silêncio seja a resposta

Tuas orações de nada valem.

As carnes são dilaceradas

Machados e espadas atravessam

[exércitos e guerreiros

Ossos são esmagados.

O sangue jorra,

A dor brota dentro e fora da batalha.

O medo, a morte e a miséria consomem tudo

Veja o que resta...

[é aí que está teu Deus.

Vísceras consumadas pelos vermes

Ao passo que o remanescente queima,

A carne pútrida fede

Sente o cheiro?

Os vencedores partem,

A chuva lava e encharca os campos,

A névoa se acumula sobre os corpos.

De nada adianta derramar em vão o pranto

Quando o único caminho a seguir,

Para os famintos e desesperados que restaram,

É o abraço da mãe morte.

Idril Anárion
Enviado por Idril Anárion em 21/03/2013
Código do texto: T4200252
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