sucursal do tempo

sobrevivendo inusitadamente

vendo os dias se partirem

e fugirem como as rajadas de vento

um desalento

quase um tormento

se não me alimento

se só me lamento

se tudo afugento

se tudo invento

se é o momento?

se é o meu intento

continuar a sorrir

apesar de saber que a cotia não viu

que a madrugada chegou

pirou o avestruz de vez

no bairro do Irajá

muitas meninas por lá

cadê meu embornal?

não existe mais sucursal

do tempo

vou vendo tudo passar

e não posso reclamar

tudo podia ser pior, afinal

Rio, 26/01/2005