Andanças (2008)

quebrando coisas sagradas

acordando em manhãs empoeiradas

observando pessoas que fazem

cabeças serem cortadas

enquanto seus pescoços jazem

completamente estraçalhados.

sigo sozinho

pra evitar o marasmo

ouço frases ditas ao acaso

os ultrajes feitos ao vizinho

o da esquerda para a direita

ou vice-versa, tanto faz...

vago pelo simples prazer de vagar

ou apenas porque sou capaz

minhas andanças, perfeitas

a passada, o passado, os passos

eu passo pra lá e pra cá

pelas margens dos meus saberes

guardo coisas que observo

ou vivencio

coisas minhas

anônimas

continuo meu caminho

por ruas, trilhas e etc.

vou alto

pisando no asfalto

no paralelepipedo, na terra

enterro meus segredos

na curva onde tudo se encerra.

meu andar é demorado

e mesmo assim

jamais sou alcançado

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 22/03/2013
Código do texto: T4202156
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