Odisseia dos lúcidos

Como água, escorro pelo mundo

Sem rumo ou ritmo certo

Apenas continuo seguindo

Por entre ventos e correntes sem fim

Em busca de emoções inumanas

Pois humano não sou

Não mais.

Em um mundo concreto, não vivo

De esperanças surreais me alimento

Como as meras fantasias de uma criança

Sem as máculas de sua verdadeira crônica.

Uma criança imatura

Que não entende a beleza

Da hipocrisia de crescer.

Por que é tão errado viver

Em um campo tão brilhante como prado?

Por que é tão blasfemo almejar àquela que anseia?

Não seria algo divino

Amar até mesmo no escuro.

Se tal sentido é realmente falso

O que seria real?

Viver na luz apenas para dizer que sou iluminado?

Minhas inúteis filosofias estão, todavia, atentas

Ao tão alheio futuro e seus paradoxos

Como quem de seu céu pode ver a janela

E o mundo através dela

Descobrindo assim

Que para viver terá que deixar de voar

Ou fingir ao menos.

Talvez o melhor seja brutalizar minhas asas

E andar instável com meus pés como todos desejam

Talvez o melhor que eu possa é calar-me

E esperar minhas palavras morrerem

Enquanto aguardo a comum

E superficial felicidade me conformar.

Johnny Baldwin
Enviado por Johnny Baldwin em 28/04/2013
Reeditado em 13/05/2018
Código do texto: T4263250
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