ÁGUAS PROFUNDAS

Quando as vozes se deitam ao relento,

Quando de silêncio se fartam as sombras,

Os olhos da Lua desvanecem o pensamento,

E o pensamento reaparece como orvalho de sonho!

Longe das fantasias sensoriais da realidade,

Margeio de perto os litorais da eternidade;

Da vida retorno à fonte;

Da morte me torno o inverso!

Bebo do meu próprio vinho;

Como do meu próprio fruto;

Dentro do corpo, sou nada;

Dentro do sonho, sou tudo!

Mergulhado em águas profundas, tive de escolher

Entre vir à luz, ou ficar na noite dos tempos;

Vindo à tona, tive de vencer

As ondas de vento do mar agitado!

O sonho me concebeu como um rio sem margens,

Nascido das lágrimas doces dos olhos da Lua;

Deixo, então, que a poesia versifique o existente,

E o sonho realize o inexistente!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 13/05/2013
Reeditado em 26/05/2014
Código do texto: T4289244
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