Não sou sem o vazio

A ausência não é a falta anunciada

É simplesmente um estado de espírito

A necessidade do vazio é inevitável

O silêncio diz mais que tantas palavras

Gritam as horas nas horas em que espero

A delícia de se saber só é emocionante

O corpo dança, a voz canta e o vazio me assisti

Só quem não “é” não sente necessidade do vazio

A bela imagem que construo do mundo

É um imenso clarão num emaranhado de ausências

Luz, clarão, estrelas escondidas, perdidas

Nossas almas viajando por estradas sem paredes

Solto meu corpo e danço, danço com o inevitável

Encontrar é parar, findar, acabar, ancorar

A praia deserta de arestas não fere quem pisa na areia

Uma pessoa que passa, que vê, que assisti

Fiquei ausente de mim quando fui sua...

Nunca mais voltei pra mim...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 22/05/2013
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