NINGUÉM É NINGUÉM
Caem-se as máscaras
um grito ecoa frio, espesso.
Há fim e não recomçeo.
Passeio entre vultos incandescentes
Ouvem-se olhares ruidosos...
O verde da parede me causa azia.
Corro de mim mesmo
com a esperança de me encontrar.
Encontro desilusões.
Olho para o horizonte em busca do que não existe.
Acho que não existo também, apenas finjo existir.
Sou um ser que não é ser.
É saber.
Olho o mundo e o sinto mesquinho.
Tudo que nele encontro é amargo.
Viver dói.
Grito!
Ninguém me ouve, ninguém percebe.
Afinal...
ninguém é ninguém.
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(*) parte do conto surrealista - Atrop)