UNÇÃO

São castiçais adjacentes

suas labaredas, continuamente abastecidas

por fluido, lava incadescente

vulcão inverso

São terras férteis

relicário dos pais, árvore frondosa

a exalar odores, fruto maduro

temporã semente

E quando fixa o olhar no teto, vê o absurdo, corpos disformes, retorcidos, abismo, plenitude, lago imenso, infinito, mar revolto, turbulência nas águas turvas,

ou estão turvos os olhos?

São fios escarlate que cobrem os seios

círculo cromático, avidez dos sentidos

Calor róseo de lábios intusmecidos

arrepios que arqueiam, quando cerras os olhos e vê

Luxúria, eis o desafio da semente

Adentrar a terra dura e florir

induzir o cio, domar a fera,

Amá-la delicadamente,

Sutil tocar a flor

ainda botão, somente...

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 20/06/2013
Reeditado em 20/06/2013
Código do texto: T4350146
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