Não é por acaso

Não é sem querer que passo pela tua estrada

E nem é por acaso meu enorme sorriso espalhado

Sirvo não apenas para enfeitar os dias de alguém

Mas também sirvo para testemunhar o céu, o sol e o mar

Contemplar tocando com os olhos cada lugar

Nem é tão escura a noite sem teus beijos

Nem teus beijos são os meus últimos desejos

Quero mais do que o canto pode dar

Quero a eterna melodia dentro de cada nota produzida

Quero o momento seguinte ao prazer alcançado

Penetrar no teu sombrio pensamento e clarear os sons

Tendo a alegria como companhia e a dor como lição

Nem é tão demorado assim o meu sofrimento

Quando a dor passa por mim deixa sempre um lamento

É real a minha culpa se alguém chora por mim

Como é real a lágrima que derramo quando o sândalo perfuma o ar

Se for com meu machado de guerra o corte tão necessário

Da gota de água que cai ao desfolhar de uma flor

A culpa foi do vento ou já era velha a flor que desfolhou?

Nada é por acaso companheiro, nada é sem querer amor

Tudo o que a vida nos ensina é a dor do não vivido

E é dessa dor que tento dizer-te agora e outrora disse eu

Será que enlouqueci ou será que o encontro nem aconteceu?

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 01/08/2013
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