Indelével

Não conte comigo para apagar o que fomos

Nem tão pouco para deitar fora tudo o que sentimos

Agora tanto faz o certo e o errado, o norte ou o sul

Escrevemos a mesma página daquele livro

Com as mesmas palavras expostas, suadas, tortas

Agora não dá para voltar e simplesmente fingir

Estamos lá, eternizados no momento que criamos

Tatuados naquele tempo que publicamos

Escancaradamente abertos a visitas das lembranças absurdas

Totalmente bêbedos de desejo tentando anoitecer

O dia partiu, a noite chegou e nem vimos a tarde

Está escrito por todos os lugares onde fomos e o que somos

A mesma página de um livro que ainda vamos terminar

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 04/09/2013
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