A Ladra

Vou lá ao teu cantinho

Chego bem devagarzinho

Delicio-me com teus versos

E aos poucos vou invadindo

Tua poesia teu espaço

Vejo-me envolvida nesse abraço

E dele não saio mais

Sinto-me a preferida

A musa e a bandida

Aquela que você usou

Para fazer belos versos

Poesia, contos de amor

Como se tudo fosse pra mim

Sinto os beijos, abraços e afagos

Gosto do toque de cada frase

E vou pegando aqui e ali

Pedaços de poesias pra me aquecer

Se sou eu a bela faceira

Noutra sou a forasteira

Que invadiu teu coração

Sem permissão e sem conversa

Fez chorar doce poeta

Com promessas e partiu

Ou sou a dançarina

Que encantou todos os ébrios

Fez-se amante e louca

Roubou teus beijos

Escravizou tua boca

Princesa de frágil beleza

Fantasia que nunca vesti

Mas viajo nas tuas poesias

E visto assim fantasias

Que nunca sonhei existir

Desculpe poeta querido

Se uso tuas rimas, teu abrigo

Para me fazer feliz e viver

É porque não me resta nada

Nesta vida amargurada

Pelo menos musa eu quero ser

Perdão meu caro amigo

Faço assim pra não morrer

Sei que não são meus

Os versos do teu poema

Nem a inspiração que os fez nascer

Sou apenas uma leitora

Que se envolve em cada trama

Pinta o rosto, maltratada

Cigana, andarilho, perdida

Mas pode me chamar de “ladra”

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 21/10/2013
Reeditado em 17/11/2013
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