Ondas

A palavra vem em ondas suaves.

Pelos sons do fonema,

Pela caligrafia da letra,

Pelas mãos que artesanalmente

dão-lhe significados e fugidias

semânticas.

A palavra vem oscilando

Titubeando nas falas vulgares

Gritando em desesperados

De toda estação

As bocas e almas nutrem-se

De palavras e da poesia

inexoráveis do cotidiano

A palavra se apossa do signo

Que subjugado

Clama, roga, implora.

por atenção,

afeto.

Mas seu olhar

simplesmente foge

Pula no abismo vizinho do horizonte

E chora.

Copiosamente chora.

Essa lágrima.

Essa dor.

Tem todo o sal

do mundo

E o sabor cruel

de envelhecer.

Apesar de ser a

antítese da morte.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/10/2013
Código do texto: T4537211
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