Minha página, a tempestade

Toda história se passa aqui

Dentro de meus olhos, sorrisos, braços

Minha nudez denuncia meu mundo interior

Meu silêncio acorda sombrias lembranças

As mãos trazem o que tento esconder de mim

Tantas vezes adormecidas lembranças pela ausência

Outras vezes repletas de oferendas que ninguém quis

Sem tatuagens, com mil cicatrizes, inteiras, partidas

Tantas idas e vindas, tantos barcos sem cais, sem trilha

Uma caminhada no absurdo tempo que ainda vou viver

Alguém desenhou meu navio, convés, proa, ponte

Num horizonte confuso e sutilmente simples demais

Justamente para encobrir o remo, rumo, traço

Dentro dos pés possibilidades sem fim, sem começo, sem mapa

Na ilha uma espera constante por tardes tempestivas, vulcões

O horizonte me define na eterna hora que não chega nunca.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 28/11/2013
Reeditado em 29/04/2016
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