O limite do não ser.

Lá no fim do universo infinito

Ouviu-se um grito de horror;

Alguém atravessou o sinal.

Do limite do sim, passando pelo limiar

Do talvez, chegando ao não absoluto.

A Treva intensa apagou a sua face;

Seu brilho era um opaco surdo;

Tudo o que se tinha dito não mais valia,

A escuridão era espessa agonia,

Agora, a noite é que era dia;

O ser é o que não seria.

Apenas vácuo, espera, degredo... Medo.

Quanta saudade da dor humana,

Da insana exploração do sistema...

Da teimosia democrática, capitalista,

Católica, americanizada, bem nutrida;

Da luta pelo surreal socialismo

Da sonhada e inimputável igualdade;

Das guerras étnicas sem motivo.

Que vontade de ouvir as músicas ruins,

As dancinhas sem graça e,

Passar fome e não achar trabalho...

Procurar, desesperadamente

Uma novidade boa no mundo da arte...

Estudar em escola caindo aos pedaços,

Ser professor, ganhar quase nada;

Andar de bicicleta e de roupas velhas,

Não poder entras em suntuosos palácios...

O que é que o ser não daria

Para ser o que era ou o que não seria?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 02/12/2013
Reeditado em 03/12/2013
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