A mansão do lago.

Viu aquela mansão ali na beira do lago?

Ninguém a fez, ela simplesmente apareceu.

As pessoas que ali residem são mortais...

Saíram do lago, que também foi por encanto.

Eram protozoários sem sangue nem nada,

Resolveram comer DNA com farofa pronta

E um belo dia criaram pernas e braços,

Transformaram-se em um ser que não era.

Esses seres que não foram, na verdade sempre eram,

Não são apenas o que nunca jamais voltariam a existir,

Só pelo fato de não serem peixes voadores e respirarem,

Fora da guelra ressecada de comida azeda.

Sabe o terreno? aquele da dita cuja?

Não tem fim, apenas cerca imaginária, binária.

Mas o tempo ali não passa, só tempa,

De modo perene e de esquisitice permanente.

Aquilo que eles sentem um pelo outro? Amor...

Foi doado por uma mariposa fatal e empedernida.

Porém, é quase uma dor singela e gozada, jocosa;

Que encontra sentido no côncavo e no convexo.

Carlinhos Matogrosso.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 15/12/2013
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