À PLENA LUA
Todos os meses na lua cheia
Sua parte animal era mais evidente
Abria as janelas e apagava as luzes
Deixava sua silhueta instigando a gente
Olhávamos sob hipnose, a sua cadência
Seguíamos o ritmo dos seus sons singulares
E algo intenso, queimava-nos por dentro
E por vezes, transfixava-nos os seus olhares
E a cada figura, era como se tomados fôssemos
Por uma energia que não podíamos controlar
Imaginávamos em tantos movimentos contigo
E já pensávamos ansiosos no próximo luar
Sonhávamos n'outras luas com tuas medidas
Desejando afoitos, teus beijos de senhora
Meninas já não enchiam mais nossos olhos
Se dependesse de nós, a lua cheia seria agora
A plena lua encanta-te e tu encanta a nós
Inspirando-nos intensas e profanas fantasias
Instiga-nos desejos além do nosso controle
Mágica esta lua, que a outros, só alumia.