As sobras que eu mereço

Trapos de segundos vagabundos

Onde faço painel imenso pra pintar

Restos de dias mal vividos

Onde construo casa pra morar

Fragmentos de horas ociosas

Que penduro na parede, no ar

Intervalos roubados, furtados

Que aproveito pra me entregar

Pedaços de momentos bordados

Onde sou o fio a desenhar

Retalhos do tempo inventado

Que eu furtivamente sei me dar

Trapos de segundos

Restos de dias

Fragmentos de horas

Intervalos roubados

Pedaços de momentos

Retalhos do tempo

Mas que não troco pelo tempo infinito que eu não pedi.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 27/01/2014
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