PASSAPORTE AO FUTURO
Oh futuro!- Ouça meu grito
O carpido aflito- Proscrito!
Que chora no presente
Como a flor em brasas
Triste a olhar minhas mágoas
Espalhando ao vento a semente
Guardai- Oh senhor dos tempos
No porvir para mim um alento
Só saber que nada fora em vão
Que minh'alma viaje às alturas
Meu corpo apodreça na sepultura
Mas que viva em fim meu coração!
Neste deserto de torridas plagas
Procela de tumultuosas vagas
Que é a assombrosa eternidade
Que as palavras saltem os tempos
Afagai os odiosos tormentos
Que assolam a nossa idade!
Ah poesia- Como choro em seu templo
Sede suas asas o vento
Sua pena passaporte ao futuro
Mas vivas- princesa dileta
Em meu seio que não se aquieta
Em meus olhos tristes escuros....