QUEM ME OUVE?
Sou apenas
Um poeta
de gaveta.
Gaivota
pardais...
Vede que
a poesia está morta
Prefiro não estar
nos umbrais.
Na gaveta
do sepulcro
Sem volta.
Este sepulcro
lancinante,
Do falar
e não ser
ouvida,
Do estar
e não ser
vista,
Estou viva
estou
à vista.
Vivo meu
dia a dia,
Com os pés
no chão.
Descalços,
Confesso.
Em busca
de energia
pura, completa.
Que me
levará
desta
para a
festa.
Para a festa
da iluminação...
Na verdade,
apenas
contemplo.
O tempo...
o vento...
e tento
Ser um
pouco
melhor.