(Des) fragmentos
Pares ímpares, camadas, rotação
Saltam disparates na veia do tempo,
Surpreendente como o uivo do trem,
por estas bandas o vagão ainda vagueia,
corta Sanca estampando um sorriso vadio,
blasé, quase um felino
É o portal que se abre,
abre e gentilmente me convida pra ciranda,
sem rodeios, sinaliza impetuoso
É uma boa nova correria
(Des)fragmentos perfilam, desfilam, chocam-se!
Tua voz cravada se distancia,
ouvida pelos meus olhos,
tateada pelo olfato
Me ligo no lance, é a minha voz de fato
São os ecos num porão
Levados, lavados por um turbilhão,
pois a brisa ventila,
carrega pra bem longe qualquer nóia*
Hoje presenteio meu futuro,
desapego do passado,
desencano do desengano
Revolução da alma, (des)fragmentada
É teu ventre criando ondas,
com desenvoltura, na malícia da ternura,
em plena guerra civil,
teu quadril não perde o rebolado
Você não sacou como eu te queria?
As montanhas cafeeiras tão bem pra lá
Pedacinho do meu mundão
Lembro dos nuances na sacada,
Passe a bola, a pelada não pode parar
Abuso do Super Bonder,
(des)fragmento, limpo os cantos
Cochicho com a fome, flerto com a sede
Encho as bolhas estouradas do saco bolha
Revisto as gavetas, reviro móveis, objetos menores,
a goma* vira do avesso
Boto a vitrola pra tocar fogo no bagulho
Taxidermia, movimento do (des)fragmento