(Des) fragmentos

Pares ímpares, camadas, rotação

Saltam disparates na veia do tempo,

Surpreendente como o uivo do trem,

por estas bandas o vagão ainda vagueia,

corta Sanca estampando um sorriso vadio,

blasé, quase um felino

É o portal que se abre,

abre e gentilmente me convida pra ciranda,

sem rodeios, sinaliza impetuoso

É uma boa nova correria

(Des)fragmentos perfilam, desfilam, chocam-se!

Tua voz cravada se distancia,

ouvida pelos meus olhos,

tateada pelo olfato

Me ligo no lance, é a minha voz de fato

São os ecos num porão

Levados, lavados por um turbilhão,

pois a brisa ventila,

carrega pra bem longe qualquer nóia*

Hoje presenteio meu futuro,

desapego do passado,

desencano do desengano

Revolução da alma, (des)fragmentada

É teu ventre criando ondas,

com desenvoltura, na malícia da ternura,

em plena guerra civil,

teu quadril não perde o rebolado

Você não sacou como eu te queria?

As montanhas cafeeiras tão bem pra lá

Pedacinho do meu mundão

Lembro dos nuances na sacada,

Passe a bola, a pelada não pode parar

Abuso do Super Bonder,

(des)fragmento, limpo os cantos

Cochicho com a fome, flerto com a sede

Encho as bolhas estouradas do saco bolha

Revisto as gavetas, reviro móveis, objetos menores,

a goma* vira do avesso

Boto a vitrola pra tocar fogo no bagulho

Taxidermia, movimento do (des)fragmento

Baco Trôpi Renton
Enviado por Baco Trôpi Renton em 25/03/2014
Reeditado em 25/03/2014
Código do texto: T4742720
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